Depositário da Igreja

Laércio José Pacola - 2015

PREFÁCIO

POR QUE ESCREVER SOBRE DEPOSITÁRIO DA IGREJA?

Diante de um acontecimento, na minha vida, resolvi estudar e escrever sobre o que vem a ser um verdadeiro depositário da Igreja Católica. Antes de iniciar a escrever sobre este assunto peço desculpas pela falta de modéstia, mas acho que este relato poderá ser útil a alguém. O meu senso de autocritica leva-me a uma indecisão se poderia ser reconhecido ou chamado como um depositário da Igreja Católica. O que eu fiz e faço como apostolado leigo é muito pouco. A palavra depositário, neste trabalho, significa um indivíduo que após o batismo recebe, guarda, divulga e defende com fidelidade os ensinamentos da Santa Igreja Católica. Outra denominação donatário que significa um indivíduo que recebeu uma doação que pode ser um depositário. O livro foi dividido em duas partes, na primeira um relato de um acontecimento, um testemunho, na segunda procuro fazer uma revisão do tema depositário da Igreja- Documentando o pensamento e as orientações dadas pela Igreja Católica sobre o que vem a ser um depositário.

LAJOPA - 2016

SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 12

O TESTEMUNHO 13

INÍCIO DA HISTÓRIA 13

A REPERCUSSÃO 14

A DEFESA DA IGREJA 14

O HINO DAS CCMM É MUITO SUGESTIVO 15

SOU UM DEPOSITÁRIO? 15

SENTIMENTO RELIGIOSO 15

APOSTOLADO DOS LEIGOS 16

OBRIGAÇÃO E DIREITOS DO APOSTOLADO LEIGO 16

SIGNIFICAÇÃO DA PALAVRA LEIGO 16

FORMADORES DE APÓSTOLOS 17

O QUE FAZER QUANDO ALGUÉM ATRAPALHA UMA MISSA? 18

SÃO FRANCISCO APÓSTOLO LEIGO 18

CAPÍTULO 2 19

CONGREGADO MARIANO - EPOSITÁRIO DA IGREJA 20

TRÍPLICE MANDATO DO CONGREGADO MARIANO 20

A SANTA SÉ LOUVA E DEFINE A POSIÇÃO DAS CC.MM. 21

CC.MM.- ARREGIMENTAÇÃO QUASE MILITAR 21

OBRIGAÇÕES DAS CC.MM. 22

HINO DAS CONGREGAÇÕES MARIANAS (ANTIGO) 22

CONGREGADO CONTRA O COMUNISMO 23

O SACRAMENTO DA RECONCILIAÇÃO; 24

A BÍBLIA E O CELULAR 25

BENTO XVI CONGREGADO MARIANO 25

CAPÍTULO 3 27

O DEPÓSITO DA FÉ 28

A QUEM COMPETE INTERPRETAR AUTENTICAMENTE 28

O DEPÓSITO DA FÉ? 28

A QUEM É CONFIADO O DEPÓSITO DA FÉ? 28

DEPOSITÁRIO DAS PROMESSAS 29

PORQUE A IGREJA CATÓLICA É A DEPOSITÁRIA DA FÉ E DA GRAÇA 29

CAPÍTULO 4 31

O FIEL DEPOSITÁRIO- SÃO JOSÉ 32

INTRODUÇÃO 32

SÃO JOSÉ FIEL DEPOSITÁRIO DOS MISTÉRIOS DA GRAVIDEZ DE MARIA 32

SERMÃO- O FIEL DEPOSITÁRIO 34

RESUMO DO SERMÃO DE BOSSUET SÃO JOSÉ - O MAIOR DEPOSITÁRIO 38

VIRTUDES DE SÃO JOSÉ 39

CAPÍTULO 5 41

A FIDELIDADE É UM DEPÓSITO 42

ESPIRITUALIDADE- FIDELIDADE A DEUS 42

MODELOS DE DEPOSITÁRIOS 42

A FIDELIDADE À IGREJA 43

A IGREJA, MINHA MÃE 45

GUARDAR O DEPÓSITO DA FÉ - SEGUNDO JOÃO PAULO II 45

DEPÓSITO DA PALAVRA DE DEUS 46

CAPÍTULO 6 47

VERSÍCULOS BÍBLICOS SOBRE FIEL DEPOSITÁRIO 48

ISRAEL DEPOSITÁRIO DAS PROMESSAS DE DEUS 49

CARTAS DO APÓSTOLO PAULO AO DISCÍPULO TIMÓTEO 50

SÃO PEDRO TAMBÉM UM DEPOSITÁRIO 50

ELOGIO DOS ANTEPASSADOS 51

CAPÍTULO 7 52

OS LEIGOS E FIDELIDADE 53

ORIENTAÇÕES DADAS PELO MAGISTÉRIO DA IGREJA CATÓLICA 53

F.9 FIDELIDADE 56

CONSTITUIÇÃO DOGMÁTICA 'DEI VERBUM' SOBRE A REVELAÇAO DIVINA (DEI VERBUM = PALAVRA DE DEUS) 58

RESUMO 59

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 61

CAPÍTULO 1

O TESTEMUNHO

INÍCIO DA HISTÓRIA

Após o chamado ginasial fui para a vizinha cidade de São Manuel fazer o científico, em Lençóis Paulista não havia este curso. Eu e mais alguns estudantes lençoences morávamos em uma pensão. Abro aqui um espaço para registrar um agradecimento ao meu amigo José Antonio Dalbem (Dinho). Colega de quarto que muito me ajudou durante o curso científico. O curso científico era no período da manhã. Para aproveitar bem a estadia em São Manuel revolvi fazer o curso de Contabilidade à noite. Após três anos de estudos e sacrifícios estava recebendo os diplomas do Curso Cientifico e de Contabilidade (1962).

O FATO

A história começa durante uma aula de Legislação, no curo de Contabilidade. Esta matéria era ministrada por um advogado. Este professor, em uma aula, começou a criticar a Igreja Católica. Eu indignado com as ofensas do professor tomei a palavra em defesa da Igreja. Não sei explicar, fui impulsionado por alguma força, as palavras vinham automaticamente, o professor ficou estarrecido diante das minhas argumentações. O professor não falou mais nada sobre o assunto e continuou a sua aula. Após a aula muitos colegas vieram me dar os parabéns pela minha atitude. Um deles Paulo Quessada, católico e por sinal tinha um irmão padre, me disse que o professor pertencia ao espiritismo. Eu fiquei preocupado em receber uma represália do professor, pensando que ele poderia me reprovar.

A REPERCUSSÃO

Aquela minha atitude repercutiu em toda a escola e foi parar em um Seminário Católico. O Diretor do Seminário, padre Natal, que dava aula de religião, veio falar comigo. Ele me deu os parabéns pela minha atitude em defesa da Igreja Católica. A partir daí ficamos amigos e ficou sabendo que eu jogava voleibol pela equipe de Lençóis Paulista. O padre Natal me convidou para ensinar vôlei para os seminaristas, aceitei o convite.

A DEFESA DA IGREJA

Como disse no começo defendi a Igreja de forma convincente e inexplicável. A minha formação ou melhor os meus conhecimentos sobre religião eram limitados. Eu fui Congregado Mariano, exercendo a função de secretário por dois anos, após deixei a Congregação Mariana (CCMM) da Paróquia de Lençóis Paulista para ir estudar em São Manuel. Um fato que talvez pudesse explicar aquela minha atitude diante do professor seria a minha participação como Congregado Mariano. Um pouco de recordação- Por volta de 1958, trabalhava na fábrica de guaraná do meu tio Ângelo, seu filho o Flávio era o gerente. O Flávio, católico e congregado mariano muito ativo, me levou a ser secretário da Congregação. Na época era presidente o Senhor Mário Zillo, eu escrevia as atas das reuniões e as levava para correções.

O HINO DAS CCMM É MUITO SUGESTIVO

O Hino das Congregações Marianas assim começa:

Do Prata ao Amazonas, do mar as cordilheiras, cerramos as fileiras, soldados do Senhor.... Tu nos proteges oh! Mãe potente, contra inimiga cruel serpente De mil soldados não teme a espada de quem pugna a sombra da Imaculada". (Pugna= combate. Soldados do Senhor= congregado. Cruel serpente= "professor"). O hino diz tudo e pode explicar a minha atitude.

SOU UM DEPOSITÁRIO?

O meu modo de agir diante daquela ofensa à Igreja foi o marco para que eu me tornasse um depositário das coisas religiosas. Eu devo admitir que nunca fui um católico praticante, mas diante de qualquer comentário ofensivo parto em defesa da Igreja. Após aquela atitude que tomei fiquei contente, fortalecido e me senti importante. Uma coisa que tenho observado com certa frequência são pessoas que falam mal de padres. Em alguns casos pode-se até admitir alguma falta, mas não admito insultos e críticas à Igreja. Não se pode utilizar a conduta de poucos padres para ofender a Igreja.

SENTIMENTO RELIGIOSO

Ao receber o batismo fui agraciado com uma doação. O substantivo comum donatário tem origem na palavra em latim donatarius se refere à pessoa que recebe uma doação, tornando-se um depositário. "É opinião generalizada entre os homens que o depósito, isto é, um bem que recebemos para guardar, tem qualquer coisa de sagrado e que o devemos conservar para quem no-lo confia não somente por fidelidade mas por uma espécie de sentimento religioso". (O Fiel Depositário- Sermão proferido por Bossuet).

APOSTOLADO DOS LEIGOS

Ao mesmo tempo sou um depositário e um apóstolo leigo. Como depositário procuro guardar com fidelidade as leis de Deus. "O apostolado leigo, contudo, não consiste apenas no testemunho da vida; o verdadeiro apóstolo busca ocasiões de anunciar Cristo por palavra, quer aos não crentes para os levar à fé, quer aos fiéis, para os instruir, confirmar e animar a uma vida fervorosa" (O Apostolado dos Leigos- Concilio Vaticano II).

OBRIGAÇÃO E DIREITOS DO APOSTOLADO LEIGO

"Os leigos são encarregados por Deus do apostolado em virtude do Batismo e da Confirmação, eles têm a obrigação e gozam do direito, individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra" (O Apostolado dos Leigos- Concílio Vaticano II).

SIGNIFICAÇÃO DA PALAVRA LEIGO

"Sob o nome de leigos entendem-se aqui todos os cristãos, exceto os membros das Sagradas Ordens ou do estado religioso reconhecido na Igreja, isto é, os fiéis que, incorporados a Cristo pelo Batismo, constituídos em Povo de Deus e a seu modo feitos participantes da função sacerdotal, profética e régia de Cristo, exercem, em seu âmbito, a missão de todo o Povo cristão na Igreja e no mundo". (Magistério da Igreja Católica- §897 Os fiéis leigos).

FORMADORES DE APÓSTOLOS

"Uma vez que, como todos os fiéis, os leigos são encarregados por Deus do apostolado em virtude do Batismo e da Confirmação. Eles têm a obrigação e gozam do direito, individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra. Esta obrigação é ainda mais presente se levarmos em conta que é somente por meio deles que os homens podem ouvir o Evangelho e conhecer a Cristo. Nas comunidades eclesiais, a ação deles é tão necessária que sem ela o apostolado dos pastores não pode, o mais das vezes, obter seu pleno efeito". (§900 A.44.2 Apostolado dos leigos).

NÃO RADICALIZAR AS DISCUSSÕES SOBRE RELIGIÃO

Com paciência e bons argumentos podemos conseguir mudar o modo pensar de uma pessoa que é radicalmente contra a Igreja Católica. Eu estou tentando aguentar as ofensas dirigidas à Igreja feitas por uma pessoa, faz de propósito porque sabe que sou católico e que minha mulher Ângela é Ministra da Eucaristia. Ele já está aceitando que não podemos julgar a Igreja pela atitude de alguns padres.

O QUE FAZER QUANDO ALGUÉM ATRAPALHA UMA MISSA?

Uma passagem ilustra bem a melhor coisa a fazer nesta situação.

Eu assistia uma missa quando um bêbado começou a falar alto e atrapalhar o padre. Ele estava perto de mim fiquei nervoso e a minha primeira atitude foi tirar o indivíduo da Igreja. Ao pegar no braço dele houve uma reação, pensei em usar a força. Neste momento um nosso amigo, do apostolado da saúde, interveio evitando que eu o retirasse a força. Com muita calma e conversando com o homem conseguiu retirá-lo. Num primeiro momento não gostei da intervenção e fiquei envergonhado. Após a missa ele veio falar comigo, se desculpando, explicando que não adianta usar a força neste caso. Ele já tinha passado por isso e o melhor é dizer ao indivíduo que o padre após a missa iria falar com ele e ajuda-lo no que precisasse e que deveria esperar lá fora. Esta situação demonstra que o uso da força não é a melhor atitude.

SÃO FRANCISCO APÓSTOLO LEIGO

Este trabalho de revisão não poderia ficar sem citar um dos maiores apóstolo leigo o Santo São Francisco de Assis. O livro "Os Ideais de São Francisco", no Capítulo XIV, descreve desta forma o seu comportamento em relação a sua ação pacificadora: "Era por natureza predestinado às obras de paz. Tudo o que fosse terno, delicado, atraia-o, ao passo que sentia uma repulsa instintiva por toda a rudeza, grosseria ou rixa". "Sede paciente nas atribulações e tende a certeza de que Deus realizara os seus desígnios e será fiel à sua promessa". O Papa Francisco, seguindo os ensinamentos do Santo, procura por em prática ações pacificadoras, como no caso Cuba e USA.

CONGREGAÇÕES MARIANAS (C.C.MM)

CONGREGADO MARIANO - DEPOSITÁRIO DA IGREJA

No meu testemunho, apresentado na primeira parTe do livro, falei sobre a importância das CC.MM. na minha vida religiosa. Nada mais justo do que escrever sobre as CC.MM.

Para melhor entender o que vem a ser um depositário da Igreja Católica pode-se tomar como exemplo os mandatos do congregado mariano. Fontes consultadas: Palestra proferida por Alexandre Martins, à Congregação Mariana de Homens da Paróquia da Administração Apostólica S. João Maria Vianney, na cidade de Nova Iguaçu (RJ) em 8 de março de 2014. Constituição Apostólica "Bis Saeculari Die", Pio XII, Manual das Congregações Marianas,1934.

TRÍPLICE MANDATO DO CONGREGADO MARIANO

O congregado mariano é um depositário da Igreja de Cristo. Ele defende a Igreja Católica contra as maldições proferidas. Resolutamente seu tríplice mandato: santificação, apostolado e defesa da Igreja de Cristo". "O congregado mariano com infatigável perseverança há de ser cada vez mais generoso, mais valente, mais piedoso e também mais humilde, e com estes motivos, sob o patronato protetor da Santíssima Virgem Maria, ganhar para Cristo os homens de hoje, lutando pela verdade com as armas da verdade". Fonte - A Espiritualidade das Congregações Marianas- Dr. Alejo Soto Lara, tradução e versão de Alexandre Martins.

Estes mandatos do congregado mariano levam a concluir que ele é um depositário da Igreja de Cristo lutando em defesa com as armas da verdade.

A SANTA SÉ LOUVA E DEFINE A POSIÇÃO DAS CC.MM.

A Santa Sé louva as CC.MM. pelos seus trabalhos em prol da Igreja e das almas: Portanto, do alto desta cátedra de Pedro, como de elevada atalaia donde se descortina o mundo universo, ao contemplarmos em toda parte o admirável empenho de tantos cristãos em defender, promover e amparar a religião, julgamos merecedoras de especiais encômios as fileiras dos Sodalícios Marianos que, desde a sua origem, considerando como particularmente amoldados as suas leis todos os trabalhos apostólicos que recomenda a Santa Madre Igreja, os empreenderam tanto individualmente como em conjunto sob a direção dos Sagrados Pastores.

O congregado mariano diante do seu culto, sendo um soldado e sob o comando dos Sagrados Pastores defende em qualquer situação a Santa Madre Igreja.

CC.MM.- ARREGIMENTAÇÃO QUASE MILITAR

A essa arregimentação quase militar de católicos em maneira alguma se opõe o fato de estes sodalícios, inicialmente instituídos pela família de Santo Inácio, parecem como que brotos e germinações da mesma, tanto mais que uma parte delas, na verdade reduzida, é como dissemos, em virtude de delegação Nossa, dirigida por sacerdotes da Companhia de Jesus. Pelo contrário, tendo as Congregações Marianas, desde a sua primeira instituição, tomado como que por distintivo as "Regras de sentir com a Igreja", isto é, de obedecer aos ditos dos que o "Espírito Santo instituiu Bispos incumbidos de reger a Igreja de Deus" (Atos, XX,28), parece-lhes inata certa propensão congênita que lhes permitiu e permitirá no futuro, serem para a hierarquia valiosíssimo subsídio na dilatação do Reino de Cristo. Nota- escrita do Santos e Fundadores.

A expressão quase militar significa a forma como o congregado defende e propaga, com fidelidade, as normas estabelecidas pela Igreja, através do seu Magistério.

OBRIGAÇÕES DAS CC.MM.

Defenderem os direitos da Igreja, conseguindo formar incansáveis arautos da Virgem Santíssima e propagadores do Reino de Cristo. "Apostolado dos fiéis que se põem a serviço da Igreja e de certo modo a ajudam a cumprir o seu ministério pastoral". Declaração de Pio XI.

As CC.MM. anunciam a Virgem Santíssima e propagam o reino de Cristo.

HINO DAS CONGREGAÇÕES MARIANAS (ANTIGO)

Do Prata ao Amazonas,

Do mar às cordilheiras,

Cerremos as fileiras,

Soldados do Senhor!

O nome teu, Maria,

Ó Virgem Soberana,

Nos une e nos irmana,

Nos dá força e valor. (bis)

O averno ruge enfurecido, (averno=inferno).

Altar e trono quer destruído;

Da vida entramos na luta ardida,

Por Deus pugnamos, por nossa vida.

Tu nos proteges ó Mãe potente,

contra a inimiga cruel serpente;

De mil Soldados não teme a espada,

quem pugna à sombra da Imaculada!

dum ideal celeste seguimos os encantos, vendo em amargos prantos a terra esmorecer,

Seguimos a Maria será nossa ventura;

Teus filhos virgem pura, sempre queremos ser!

O hino das CC:MM expressa bem como os congregados devem se comportar diante das diversidades enfrentadas pela Igreja.

CONGREGADO CONTRA O COMUNISMO

No período entre os anos de 1927 a 1967, desenvolve-se no Brasil a Onda Azul do Marianismo; acontece a primeira concentração católica após a Revolução de 1930, onde é festejada a vinda da imagem da Virgem Aparecida, na então capital do Brasil, cidade do Rio de Janeiro. Vale registrar a declaração de Dom Sebastião Leme (cardeal do Rio de Janeiro): "o impulso fora dado! O Brasil tinha agora uma outra 'Rainha' e ela comandaria um exército predileto, uma 'Acies Ordinata' em luta contra o inimigo mortal: o comunismo.

E iria dar alento novo ao combate, o famoso slogan: A FITA AZUL SALVARÁ O BRASIL, contra o "vermelho".

À LUZ DA SOCIEDADE ATUAL, COMO DEVE SER O CONGREGADO MARIANO?

O congregado de hoje deve estar de acordo com as exigências de nosso tempo. E o nosso tempo exige, além dos conhecimentos institucionais e profissionais, realizarem sua vocação espiritual com:

A busca da santidade;

A vivência da oração;

A Eucaristia dominical;

O Sacramento da Reconciliação;

O primado da graça (haver dentro das congregações marianas espaço para a oração pessoal e comunitária que é um princípio essencial da visão cristã de vida);

A escuta da palavra;

O anúncio da palavra;

A busca da espiritualidade de comunhão;

O respeito às variedades de vocações;

O trabalho pelo empenho ecumênico;

O abrir-se à caridade fraterna;

Exercícios Espirituais de Santo Inácio.

O congregado de hoje deve estar de acordo com as exigências de nosso tempo.

A BÍBLIA E O CELULAR

A Bíblia e o celular (Fonte "O Vicentino")

-Se tratássemos nossa Bíblia como tratamos um celular

-Se sempre carregássemos ela no bolso ou na bolsa?

- Se déssemos uma olhada nela várias vezes ao dia?

- Se votássemos em apanhá-la quando esquecemos em casa ou no trabalho?

- Se usássemos para enviar mensagens aos amigos?

- Se tratássemos como não pudéssemos viver sem ela?

- Se déssemos de presente as crianças?

- Se usássemos quando viajarmos?

- Se lançássemos mão dela em caso de emergência?

Mais uma coisa!!!

Ao contrário do celular, a Bíblia nunca fica sem sinal. Ela "PEGA" em qualquer lugar. Não é preciso se preocupar com a falta de crédito, porque JESUS já pagou a conta e os créditos não tem fim. É o melhor de tudo: não cai a ligação e a carga da bateria é para toda vida.

Ao contrário do celular, a Bíblia nunca fica sem sinal. Ela "PEGA" em qualquer lugar

BENTO XVI CONGREGADO MARIANO

Discurso do Papa Bento XVI, aos membros da Congregação Mariana Masculina de Regensburg Alemanha. Sábado, 28 de maio de 2011.

Estimado Senhor Presidente

Queridos membros

"Um cordial «Vergelt's Gott» [«Deus vos recompense»] pela vossa visita, pelo dom, pelo facto de terdes tirado da gaveta uma data esquecida da minha vida. De facto, trata-se de uma data que não é simplesmente «passado»: a admissão na Congregação mariana olha para o futuro, e nunca é simplesmente um facto que já se verificou. Eis que, ainda depois de 70 anos, esta data pertence ao «hoje», uma data que indica o caminho para o «amanhã». Estou-vos grato por terdes «recordado» esta data e por isto me sinto feliz. Naquela época eram tempos obscuros - havia a guerra (1941). Nós tínhamos sido admitidos na Congregação, mas pouco depois começou a guerra contra a Rússia; o seminário foi destituído e a Congregação - antes de se ter reunido, antes que se conseguisse reunir - já tinha sido dispersa aos quatro ventos". «Vergelt's Gott für alles» [Deus vos recompense por tudo], e Deus abençoe todos vós! Obrigado de coração".

O DEPÓSITO DA FÉ

A QUEM COMPETE INTERPRETAR AUTENTICAMENTE

O DEPÓSITO DA FÉ?

"A interpretação autêntica do depósito da fé compete exclusivamente ao Magistério vivo da Igreja, isto é, ao Sucessor de Pedro, o Bispo de Roma, e aos Bispos em comunhão com ele. Ao Magistério, que no serviço da Palavra de Deus, goza do carisma certo da verdade, compete ainda definir os dogmas, que são formulações das verdades contidas na Revelação divina; tal autoridade estende-se também às verdades necessariamente conexas com a Revelação". (Catecismo da Igreja Católica- 16. (85-90) (100)).

Compete ao Papa e aos Bispos, conduzidos pelo Espírito Santo, interpretar os ensinamentos da Bíblia e orientar os fiéis como guardar (depósito), divulgar o Catecismo.

A QUEM É CONFIADO O DEPÓSITO DA FÉ?

"O depósito da fé é confiado pelos Apóstolos a toda a Igreja. Todo o povo de Deus, mediante o sentido sobrenatural da fé, conduzido pelo Espírito Santo, e guiado pelo Magistério da Igreja, acolhe a Revelação divina, compreende-a cada vez mais e aplica-a a vida". (Catecismo da Igreja Católica- 15- (84,91) (94,99)).

A Igreja orienta os fiéis a guardarem e divulgarem as normas estabelecidas pelo Catecismo, com orientação do Bispo e do Padre.

DEPOSITÁRIO DAS PROMESSAS

"§2572 Como última purificação de sua fé, requer-se do "depositário das promessas" (Hb 11,17) que sacrifique o filho que Deus lhe dera. Sua fé não esmorece: "E Deus que proverá o cordeiro para o holocausto" (Gn 22,8), "pois Deus, pensava ele, é capaz também de ressuscitar os mortos" (Hb 11,19)". "Dessa forma, o pai dos que creem se configurou ao Pai que não há de poupar seu próprio Filho, mas o entregará por todos nós. A oração restaura o homem à semelhança de Deus e o faz participar do poder do amor de Deus que salva a multidão". (Catecismo da Igreja Católica-CIC).

Pela fé, Abraão, posto à prova, ofereceu seu filho em sacrifício, demonstrou ser um depositário dos Mandamentos de Deus.

PORQUE A IGREJA CATÓLICA É A DEPOSITÁRIA DA FÉ E DA GRAÇA

"Muitos de nós que deixamos a Igreja Católica somos abençoados pela experiência de experimentar várias outras denominações cristãs. Mas alguns voltam quando percebem que o Catolicismo é o depositário da fé e da graça".

"Guardar o Depósito da Fé (João Paulo II) é a missão que o Senhor confiou à sua Igreja e que ela cumpre em todos os tempos. O Concílio Ecumênico Vaticano II, aberto há trinta anos por meu predecessor João XXIII, de feliz memória, tinha como intenção e como finalidade por em evidência a missão apostólica e pastoral da Igreja e, fazendo resplandecer a verdade do Evangelho, levar todos os homens a procurar e acolher o amor de Cristo, que excede toda a ciência (cf. Ef 3,19)". (João Paulo II).

Guardar o Depósito da Fé (João Paulo II) é a missão que o Senhor confiou à sua Igreja e que ela cumpre em todos os tempos.

O FIEL DEPOSITÁRIO- SÃO JOSÉ

INTRODUÇÃO

Uma recordação, um respeito é o que eu tenho por São José. Ainda criança, recebendo a primeira comunhão, lembro da figura do Padre Salustio. Este sacerdote festejava o Santo José como se fosse o padroeiro da cidade de Lençóis Paulista. Na programação uma reunião na Igreja, só para homens. O assunto era sobre a vida de São José. Neste livro não poderia deixar de render o meu agradecimento a São José que deixou, como exemplo, de como devemos nos comportar como fiéis depositários e defender a Santa Madre Igreja. Para tanto encontrei na literatura obras que explicam muito bem as atitudes tomadas por São José como fiel depositário.

SÃO JOSÉ FIEL DEPOSITÁRIO DOS MISTÉRIOS DA GRAVIDEZ DE MARIA

(Exortação apostólica do sumo pontífice JOÃO PAULO II - Sobre a figura e missão de São José na vida de Cristo e da Igreja).

"Nestas circunstâncias, "José, seu esposo, sendo justo e não querendo difamá-la, resolveu abandoná-la em segredo" (Mt 1,19). Ele não sabia como comportar-se perante a "surpreendente" maternidade de Maria. Buscava, certamente, uma resposta para essa interrogação inquietante; mas procurava, sobretudo, uma maneira honrosa de sair daquela situação difícil para ele. Enquanto "pensava nisto, apareceu-lhe, em sonho, o anjo do Senhor, que lhe disse: 'José, filho de Davi, não temas receber contigo Maria, tua esposa, pois o que nela se gerou é obra do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados" (Mt 1, 20-21). O mensageiro dirige-se a José como "esposo de Maria"; dirige-se a quem, a seu tempo, deverá pôr tal nome ao Filho que vai nascer da Virgem de Nazaré, desposada com ele. Dirige-se a José, portanto, confiando-lhe os encargos de um pai terreno em relação ao Filho de Maria. "Despertando do sono, José fez como lhe ordenara o anjo do Senhor e recebeu a sua esposa" (Mt 1,24). Ele recebeu-a com todo o mistério da sua maternidade; recebeu-a com o Filho que havia de vir ao mundo, por obra do Espírito Santo: demonstrou deste modo uma disponibilidade de vontade, semelhante à disponibilidade de Maria, em ordem àquilo que Deus lhe pedia por meio do seu mensageiro. Nestas palavras está contido o núcleo central da verdade bíblica sobre São José; é o momento da sua existência ao qual se referem em particular os Padres da Igreja. "Ele tornou-se, portanto, um depositário singular do mistério "escondido desde todos os séculos em Deus" (cf. Ef 3,9), como se tornara Maria, naquele momento decisivo que é chamado pelo Apóstolo "plenitude dos tempos", quando "Deus enviou o seu Filho, nascido de mulher... para resgatar os que se encontravam sob o jugo da lei e para que recebêssemos a adoção de filhos" (Gl 4,4-5). "Aprouve a Deus - ensina o Concílio - na sua bondade e sabedoria, revelar-se a si mesmo e dar a conhecer o mistério da sua vontade (cf. Ef 1,9), pelo qual os homens, através de Cristo, Verbo Encarnado, tem acesso ao Pai no Espírito Santo e se tornam participantes da natureza divina (cf. Ef 2,18; 2Pd 1,4)" (8)". "Deste mistério divino, juntamente com Maria, José é o primeiro depositário. Simultaneamente com Maria - e também em relação com Maria - ele participa nesta fase culminante da auto revelação de Deus em Cristo; e nela participa desde o primeiro momento. Tendo diante dos olhos os textos de ambos os Evangelistas, São Mateus e São Lucas, pode também dizer-se que José foi o primeiro a participar na mesma fé da Mãe de Deus e que, procedendo deste modo, ele dá apoio à sua esposa na fé na Anunciação divina. Ele é igualmente quem primeiro foi posto por Deus no caminho daquela "peregrinação da fé", na qual Maria, sobretudo na altura do Calvário e do Pentecostes, irá adiante, de maneira perfeita".

"São José tornou-se, portanto, o primeiro depositário singular do mistério "escondido desde todos os séculos em Deus," (Ef. 3,9): "E demonstrar a todos qual seja a comunhão do mistério, que desde os séculos esteve oculto em Deus, que tudo criou por meio de Jesus Cristo".

SERMÃO- O FIEL DEPOSITÁRIO

Sermão proferido por Bossuet- O fiel Depositário. Jacques Bénigne Bossuet- Nascido em 27/09/1627 em Dijon, morreu em Paris, 12/04/1704. Em 1652 foi ordenado padre e recebeu doutorado em teologia. Ficou popular como orador em controvérsia com os protestantes. Ficaram famosos suas orações fúnebres. Foi designado bispo de Condom (1669), no sudoeste da França. Foi designado bispo de Meaux em 1681. Eleito para a Academia Francesa, foi também nomeado conselheiro do rei. Foi o formulador da ideologia gaulesa ou galicana, que estabelecia certos direitos do rei contra o papa, uma questão que sempre fora polêmica. Promoveu uma assembleia geral do clero francês em 1681-1682 cujo documento final redigiu e na qual ficou definido que o papa era autoridade somente em matéria religiosa. Bossuet em 19 de março de 1657.

SERMÃO DE BOSSUET

"É opinião generalizada entre os homens que o depósito, isto é, um bem que recebemos para guardar, tem qualquer coisa de sagrado e que o devemos conservar para quem no-lo confia não somente por fidelidade mas por uma espécie de sentimento religioso. Por isso o grande Santo Ambrósio nos ensina no livro 29 de seus Ofícios que era piedoso costume estabelecido entre os fiéis o de trazer aos bispos e a seu clero aquilo que se queria guardar com mais cuidado, para que fosse colocado junto ao altar, em virtude da santa persuasão em que estavam de que não havia melhor lugar para guardar um tesouro do que aquele ao qual o próprio Deus confiou a guarda dos seus, isto é, os santos mistérios. Este costume se tinha introduzido na Igreja a exemplo da sinagoga antiga. Lemos na História Sagrada que o augusto templo de Jerusalém era lugar de depósito para os judeus. Autores profanos também nos ensinam que os pagãos tributavam esta honra a seus falsos deuses, colocando seus depósitos nos templos e confiando-os a seus sacerdotes, como se a própria natureza das coisas nos ensinasse que o respeito ao depósito tem algo de religioso e que não pode estar mais bem colocado do que nos lugares santos onde se reverencia a Divindade, nas mãos daqueles que a religião consagra. Ora, se jamais existiu depósito que merecesse tanto ser chamado santo, santamente guardado, é este de que falo, que a providência do Pai confia à fé do justo José, tanto assim que sua casa se assemelha a um templo porque Deus aí se digna habitar e entregar-se a Si próprio em depósito. José deve ter sido, portanto, consagrado a fim de guardar tão santo tesouro. E realmente o foi, cristãos: seu corpo pela continência, sua alma por todos os dons da graça. [...] No projeto que me proponho, o de apoiar os louvores a São José, não em conjeturas duvidosas mas em doutrina sólida tirada das Escrituras divinas e dos Padres seus intérpretes fiéis, nada de mais conveniente posso fazer, na solenidade deste dia, do que apresentar este grande santo como um homem que Deus escolheu entre todos os outros para lhe pôr nas mãos. Seu tesouro e fazê-lo, aqui na Terra, seu depositário. Pretendo fazer ver hoje que nada melhor lhe convém, que nada existe tão ilustre e que esse belo título de depositário, desvendando-nos os desígnios de Deus sobre esse bem-aventurado patriarca, nos mostra a fonte de todas as graças e o fundamento seguro de todos os louvores. Primeiramente, cristãos, é-me fácil fazer-lhes ver o quanto esta qualidade é, para ele, honra, porque, se o título de depositário já inclui a nota de estima e testemunho de probidade, se para confiar um depósito costumamos escolher entre nossos amigos aquele cuja virtude é mais reconhecida, cuja fidelidade é mais comprovada, enfim o mais íntimo e mais confidente, qual não será glória de São José, que Deus fez depositário não somente da bem-aventurada Virgem Maria, cuja pureza angélica a torna agradável a Seus olhos, mas ainda de Seu próprio Filho, único objeto de suas complacências, única esperança de nossa salvação: de modo que guardando a pessoa de Jesus Cristo, São José é instituído depositário do tesouro comum de Deus e dos homens. Que eloquência poderá igualar a grandeza e a majestade desse título? Então, fiéis, se esse título é tão glorioso e vantajoso àquele a quem devo hoje fazer o panegírico, é preciso que eu mesmo penetre em tão grande mistério com o socorro da graça; e que, procurando nas Escrituras o que aí lemos sobre José, vos faça ver que tudo converge para esta bela qualidade de depositário. Efetivamente encontro nos Evangelhos três depósitos confiados ao justo José pela Providência divina, e ali também encontro três qualidades que refulgem entre as outras e que correspondem a esses três depósitos. É o que precisamos explicar por ordem. Segui, por favor, atentamente.

O primeiro depósito- De todos os depósitos que foi confiado à sua fé (o primeiro na ordem do tempo) é a santa virgindade de Maria, a qual São José devia conservar intacta sob o véu sagrado do seu matrimônio, que ele sempre guardou santamente como um depósito sagrado que não lhe era permitido tocar. Eis o primeiro depósito.

O segundo deposito- O mais augusto, é a pessoa de Jesus Cristo, que o Pai celeste depõe em suas mãos a fim de que lhe sirva de pai, ao Santo Menino que não o tem na Terra. Vede, desde já, cristãos, dois grandes, dois ilustres depósitos confiados ao zelo de São José.

O terceiro depósito- Mas observo ainda um terceiro, que acharão admirável, se eu conseguir explicá-lo com clareza. Para isso é preciso compreender que o segredo é uma espécie de depósito. Trair o segredo de um amigo é como violar a santidade do depósito. Pelas leis humanas sabemos que, se alguém divulga o segredo de um testamento a ele confiado, pode ser acusado de ter violado o depósito: Depositi actione tecum agi posse, dizem os juristas. É evidente, pois, a razão por que o segredo é como um depósito. Por onde podemos facilmente compreender que, se José é o depositário do Pai eterno, é porque Este lhe contou o Seu segredo. Que segredo? Um segredo admirável: a encarnação de Seu Filho. Assim, porque, como sabemos, era desígnio de Deus esconder Jesus Cristo do mundo até que Sua hora houvesse chegado, São José foi escolhido não somente para O guardar mas também para O esconder. Por isso lemos no Evangelista (S. Lucas 2, 33) que José, com Maria, admirava tudo o que se dizia do Salvador, mas não lemos que ele falasse, porque o Pai eterno, desvendando-lhe o mistério, fez dele um segredo sob a obrigação do silêncio. Este segredo é o terceiro depósito que o Pai acrescenta aos outros dois. Segundo o que nos diz o grande São Bernardo, Deus quis confiar à sua fé o segredo mais santo de seu coração: Cui toto committeret secretissimum atque sacratissimum sui cordis arcanum (Super Missus est - hom. 2, no 15). Mas não julgueis, cristãos, que ele desconhecia essas graças. Se Deus o honrava com aqueles três depósitos, de sua parte José apresentava a Deus, em sacrifício, três virtudes que observo no Evangelho". (O FIEL DEPOSITÁRIO, Sermão de 19 de março de 1657. BOSSUET).

"Como sois querido de Deus, ó incomparável José, já que Ele a vós confia esses três grandes depósitos: a Virgindade de Maria, a pessoa de Seu Filho único e o segredo de Seu mistério!".

RESUMO DO SERMÃO DE BOSSUET SÃO JOSÉ - O MAIOR DEPOSITÁRIO

São José guardando a pessoa de Jesus Cristo é instituído depositário do tesouro comum de Deus e dos homens. Que eloquência poderá igualar a grandeza e a majestade desse título?

Os três depósitos confiados a São José

Nos Evangelhos encontram-se três depósitos confiados ao justo José pela Providência divina, e ali também encontro três qualidades que refulgem entre as outras e que correspondem a esses três depósitos.

O primeiro depósito de São José

O primeiro de todos os depósitos que foi confiado à sua fé (o primeiro na ordem do tempo):

É a santa virgindade de Maria, a qual São José devia conservar intata sob o véu sagrado do seu matrimônio, que ele sempre guardou santamente como um depósito sagrado que não lhe era permitido tocar.

O segundo depósito de São José

O segundo depósito, o mais augusto, é a pessoa de Jesus Cristo, que o Pai celeste depõe em suas mãos a fim de que lhe sirva de pai, ao Santo Menino que não o tem na Terra.

O terceiro depósito de São José

Era desígnio de Deus esconder Jesus Cristo do mundo até que Sua hora houvesse chegado, São José foi escolhido não somente para O guardar mas também para O esconder. Para isso é preciso compreender que o segredo é uma espécie de depósito.

VIRTUDES DE SÃO JOSÉ

Não duvido que sua vida tenha sido ornada com todas as outras, mas eis aqui as três principais virtudes que Deus quer que vejamos na sua Escritura. A primeira é a pureza, que aparece pela continência no seu matrimônio; A segunda, sua fidelidade; A terceira, sua humildade e seu amor à vida obscura.

Quem não verá a pureza de São José nesta santa sociedade de desejos pudicos, nesta admirável correspondência à Virgindade de Maria e em suas bodas espirituais? A segunda, sua fidelidade, aparece nos cuidados infatigáveis que tem para com Jesus no meio das tantas adversidades que por todas as partes seguem esse Menino divino desde o começo de sua vida. A terceira, sua humildade, vê-se em que, possuindo tão grande tesouro por uma graça extraordinária do Pai eterno, longe de se vangloriar por esses dons ou de publicar suas vantagens, se esconde tanto quanto pode aos olhos dos mortais, contemplando, em gozo pacífico com Deus, o mistério que lhe fora revelado e as riquezas imensas que tem sob sua guarda. Ah! Quanta grandeza descubro aqui e como aqui descubro tão importantes instruções! Quanta grandeza vejo nesses depósitos, quantos exemplos vejo nessas virtudes! E como a explicação desse assunto tão belo será glorioso para São José e frutuoso para todos os fiéis!

As Virtudes de São José: Pureza (corresponde a Virgindade de Maria) Fidelidade (Responsabilidade e confiança na criação de Jesus) Humildade (Sua simplicidade e pobreza)

A FIDELIDADE É UM DEPÓSITO

ESPIRITUALIDADE- FIDELIDADE A DEUS

Professor Felipe Aquino / 30/11/2008

Há um versículo que aparece pelo menos quatro vezes na Sagrada Escritura: "O justo vive pela fé" (Hab 2, 4; Rm 1,17; Gl 3,11; Hb 10,36). A palavra fé na Bíblia é também traduzida como "fidelidade" a Deus. É a atitude daquele que crê e que obedece o Senhor. Neste sentido São Paulo fala aos romanos da "obediência da fé" (Rm 1,5). A fé é um ato de adesão a Deus; isto é, submissão que implica obediência à Sua santa e perfeita vontade.

Tudo aquilo que o homem recebe de Deus deve ser guardado e colocado em prática, segundo Sua vontade.

MODELOS DE DEPOSITÁRIOS

Cardeal D. Eusébio Oscar Scheid, Arcebispo emérito da Arquidiocese do Rio de Janeiro.

"Exemplos de solicitude e de doação, os santos não colocaram limites na sua entrega absoluta a Deus. Enquanto Pedro estava preso, a comunidade cristã permanecia em oração. Por ocasião das perseguições aos cristãos dos primeiros séculos da era cristã, Santo Inácio de Antioquia, o Diácono São Lourenço, São Sebastião, patrono de nossa Arquidiocese e Santa Inês se tornaram, entre tantos outros, modelos de fidelidade. Mesmo ameaçados de morte, mantiveram integra a sua postura diante da verdade e do Evangelho, dando a própria vida em testemunho de lealdade a Cristo e à sua Igreja. Não são poucos e nem mesmo menores os desafios que hoje a Igreja enfrenta, enquanto busca os "caminhos da fidelidade total" ao Divino Mestre e Senhor da História".

A FIDELIDADE À IGREJA

Escrito por Prof. Felipe Aquino

Em 1988, Monsenhor Ignatius Ong Pin-Mei, Bispo de Shangai, no dia seguinte de sua libertação, depois de passar 30 longos anos nas prisões da China, por amor a Cristo e fidelidade à Igreja Católica, declarou: "Eu fiquei fiel à Igreja Católica Romana. Trinta anos de prisão não me mudaram. Eu guardei a fé. Eu estou pronto amanhã a voltar novamente à prisão para defender minha fé". Igualmente o Cardeal da Tchecoslováquia, Frantisek Tomasek, arcebispo de Praga, no ano de 1985, nos tempos difíceis da perseguição comunista, perguntado por um repórter: "Eminência, não está cansado de combater sem êxito?", respondeu: "Digo sempre uma coisa: quem trabalha pelo Reino de Deus faz muito; quem reza, faz mais; quem sofre, faz tudo.

Depois que Josué, no limiar da morte, conclamou o povo, a ser fiel a Deus, e só a Ele prestar culto na Terra que Deus lhe dava, o povo respondeu: "A Iahweh nosso Deus serviremos e à sua voz obedeceremos" (Js 24,24). Mas sabemos que logo após atravessar o rio Jordão, e tomar posse da Terra tão esperada, este povo não demorou a render-se aos encantos dos deuses dos cananeus. Isto mostra que não é fácil, também para nós, viver a fidelidade a Deus, pois também hoje os deuses falsos nos atraem, e querem ocupar o nosso coração. A obediência sempre foi e sempre será a prova e a garantia da fidelidade.

Se a obediência é tão necessária para com os homens, quanto mais para com Deus. A outra característica da fidelidade a Deus é o firme propósito de servir-lhe sempre e com perseverança e reta intenção, mesmo nos momentos mais difíceis.

Como agrada a Deus o filho fiel! O profeta diz: "Iahweh guarda os passos dos que lhe são fiéis" (2Sm 22,26). E o Senhor Jesus disse: "Muito bem servo bom e fiel! Sobre o pouco foste fiel, sobre o muito te colocarei. Vem alegrar te com o teu Senhor" (Mt 25,21). Tudo o que recebemos de Deus nesta vida, é este "pouco" sobre o qual é testada a nossa fidelidade a Deus.

Ser fiel a Deus é ser obediente às suas leis, à sua vontade, e servir-lhe com toda a alma. Santo Inácio de Loyola afirmava que viver bem é "amar e servir a Deus nesta vida". Jesus disse aos Apóstolos na última Ceia: "Se me amais, guardareis os meus mandamentos" (Jo 14,15). Portanto, amar a Deus, mais do que um sentimento, é uma "decisão": guardar os seus mandamentos, cumprir a sua vontade.

O Papa Paulo VI disse certa vez que: "quem não ama a Igreja, não ama Jesus Cristo". É lógico, a Igreja é o Corpo de Cristo! Quem não é fiel à Igreja, não é fiel a Jesus Cristo! Quem não serve a Igreja, não serve a Jesus Cristo... A Igreja é o Cristo prolongado na história dos homens. Quando se toca a Igreja, se toca o próprio Senhor.

A fidelidade está muito ligada à perseverança e à paciência. Santo Agostinho disse: "Os que perseveram em vossas companhias sejam vossos modelos. E os que vão ficando pelas calçadas, aumentem vossa vigilância". E o grande São João da Cruz ensinava que: "A constância de ânimo, com paz e tranquilidade, não só enriquece a pessoa, como a ajuda muito a julgar melhor as adversidades, dando lhes a solução conveniente." Mas, para que haja serviço a Deus, perseverante e alegre, e para que possamos amar e cumprir os seus mandamentos, é preciso uma vida de piedade, vigilância e oração, sem o que, a alma esfria.

Ser fiel a Deus é ser obediente às suas leis, à sua vontade, e servir-lhe com toda a alma. A outra característica da fidelidade a Deus é o firme propósito de servir-lhe sempre e com perseverança e reta intenção, mesmo nos momentos mais difíceis.

A IGREJA, MINHA MÃE

D. Estêvão Bettencourt, OSB Existe na rica Tradição cristã uma afirmação de São Cipriano, Bispo de Cartago e mártir (+ 258), que talvez surpreenda muitos cristãos de nossos dias: «Não pode ter Deus como Pai quem não tenha a Igreja por Mãe» (De Catholicae Ecclesiae Unitate, c. 6). Estas palavras foram escritas numa época turbulenta, em que São Cipriano se via frente a duas tentativas de ruptura da Igreja; para ele, a fidelidade à Igreja era a fidelidade a Deus Pai; ser filho do Pai Celeste é ser filho da Igreja. Como entender isso? O Evangelho nos diz que «ninguém vai ao Pai senão por Cristo" (Jo 14, 6). https://www.veritatis.com.br/apologetica/105-igreja-papado/845-a-igreja-minha-mae·.

GUARDAR O DEPÓSITO DA FÉ - SEGUNDO JOÃO PAULO II

(31-10-2011)

Guardar o Depósito Da Fé - Tal é a missão que o Senhor confiou à sua Igreja e que ela cumpre em todos os tempos. O II Concílio Ecuménico do Vaticano, inaugurado há trinta anos pelo meu predecessor João XXIII, de feliz memória, tinha como intenção e finalidade pôr em evidência a missão apostólica e pastoral da Igreja, e, fazendo resplandecer a verdade do Evangelho, levar todos os homens a procurar e a acolher o amor de Cristo que excede toda a ciência (cf. Ef 3,19).

Ao Concílio, o Papa João XXIII tinha confiado, como tarefa principal, guardar e apresentar melhor o depósito precioso da doutrina cristã, para o tornar mais acessível aos fiéis de Cristo e a todos os homens de boa vontade.

DEPÓSITO DA PALAVRA DE DEUS

A Sagrada Escritura e a Sagrada Tradição constituem um só deposito sagrado da Palavra de Deus, confiado à Igreja; aderindo a este, todo o povo santo persevera unido aos seus pastores na doutrina e na comunhão dos apóstolos, na fração do pão e nas orações (cf. At 8,42 gr.), de tal modo que na conservação, atuação e profissão da fé transmitida haja uma singular colaboração dos pastores e dos fiéis.

CAPÍTULO 6

VERSÍCULOS BÍBLICOS SOBRE FIEL DEPOSITÁRIO

Murmurações contra Moises- O Senhor chamou as pessoas que estavam falando mal de Moises e disse: "Mas não é assim a respeito de meu servo Moisés, que é fiel em toda a minha casa. Ele é homem de confiança em toda a minha casa. Com ele falo face a face, às claras e não em enigma, ele contempla a forma do Senhor. Como, pois, vos atreveis a criticar meu servo Moisés"? (Números 12, 7-8).

Deus é misericordioso para quem os amam- "Reconhece, pois, que o Senhor, teu Deus, é verdadeiramente Deus, um Deus fiel, que guarda a sua aliança e a sua misericórdia até a milésima geração para com aqueles que o amam e observam os seus mandamentos", (Deuteronômio 7, 9).

Bênçãos proféticas de Moises- "Para Levi disse: tua perfeição e tua doutrina (ó Deus) são (confiadas) ao teu homem santo, que tu provaste na tentação e julgaste nas águas de contradição", (Deuteronômio 33, 8).

Glorificarei a quem me glorificar- Eu suscitarei para mim um sacerdote fiel, que procederá segundo o meu coração e minha vontade (alma). Edificar-lhe-ei uma casa durável (fiel), e ele andará sempre diante do meu ungido. (I Samuel 2, 35).

Ação de misericórdia- Que o Senhor, por sua vez, se mostre bom e fiel para convosco; e eu também vos beneficiarei por essa ação que fizestes. A ação foi o sepultamento de Saul (II Samuel 2, 6). Davi tornou se objeto de inveja por parte de seu sogro Saul. Ele se tornou paranoico, suspeitando de seu genro Davi, e tramando matá-lo. Finalmente, ele se suicidou (1 Samuel 31). Saul demonstra o que acontece a uma pessoa que se recusa a confessar e arrepender-se do pecado, culpa leva à insanidade.

Fidelidade ao Senhor- Senhor, Deus de Israel, não há Deus semelhante a vós, nem no mais alto dos céus, nem aqui embaixo, na terra; vós sois fiel à vossa misericordiosa aliança com os vossos servos, que caminham diante de vós de todo o seu coração. (I Reis 8, 23)

O Pecado de Salomão- Salomão fez o mal aos olhos do Senhor, não lhe foi inteiramente fiel como o fora seu pai Davi. Foi assim que Salomão construiu um santuário para Camos, ídolo de Moab, no monte que está defronte de Jerusalém, e para Melcom, ídolo dos amonitas. Fez o mesmo para todas as suas mulheres estrangeiras, as quais queimavam incenso e ofereciam sacrifícios a seus deuses. Então o Senhor irritou-se contra Salomão, porque seu coração se tinha desviado do Senhor, Deus de Israel, embora este lhe havia aparecido duas vezes, O Senhor disse, pois, a Salomão: "Já que procedeste assim e não guardaste a minha aliança, nem as leis que te prescrevi, vou tirar de ti o reino e dá-lo a um de teus servos. (I Reis 11, 6-11).

Oração de Salomão- Senhor, Deus de Israel, não há nem nos céus nem na terra um deus que seja comparável a vós, que seja fiel à sua aliança com seus servos, e cheio de misericórdia para com os que vos servem de todo o coração. (II Crônicas 6, 14)

ISRAEL DEPOSITÁRIO DAS PROMESSAS DE DEUS

P.85.4 Israel depositário das promessas de Deus §60 O povo originado de Abraão será o depositário da promessa feita aos patriarcas, o povo da eleição, chamado a preparar o congraçamento, um dia, de todos os filhos de Deus na unidade da Igreja; será a raiz sobre a qual serão enxertados os pagãos tornados crentes. P.85.9 Promessa de Deus e oração da fé Hb 11,17. Foi pela sua fé que Abraão, submetido à prova, ofereceu Isaac, seu único filho,

CARTAS DO APÓSTOLO PAULO AO DISCÍPULO TIMÓTEO

São Paulo alerta Timóteo:

Motivos que devem animar Timóteo no exercício das suas funções:

(1 Tm 6, 20)- Ó Timóteo, guarda o bem (o depósito da fé) que te foi confiado! Evita as conversas frívolas e mundanas, assim como as contradições de pretensa ciência.

(Tm II- 1,5)- Conservo a lembrança daquela tua fé tão sincera, que foi primeiro a de tua avó Lóide e de tua mãe Eunice e que, não tenho a menor dúvida, habita em ti também.

Tm II-1,12. É este o motivo por que estou sofrendo assim. Mas não me queixo, não. Sei em quem pus minha confiança, e estou certo de que é assaz poderoso para guardar meu depósito até aquele dia.

Tm II- 1,14.Guarda o precioso depósito, pela virtude do Espírito Santo que habita em nós. Evitar as discussões vãs, as paixões da juventude, as questões ociosas.

SÃO PEDRO TAMBÉM UM DEPOSITÁRIO

Mat.16:18-19 Por isso, eu te digo: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as forças do Inferno não poderão vencê-la. (19) Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus".

São Pedro, fundamento da igreja, o pastor universal de todos os fiéis, o depositário das chaves do céu, o verdadeiro vigário de Jesus Cristo.

ELOGIO DOS ANTEPASSADOS

Livro do Eclesiástico- Capítulo 44

Os que viveram o ideal da Sabedoria, isto é, praticaram a Lei e por isso são os verdadeiros heróis do povo eleito e mestres autênticos dos israelitas. Façamos o elogio dos homens ilustres nossos antepassados através das gerações.

16- "Henoc agradou a Deus e foi arrebatado (transportado) ao paraíso, para levar a conversão às nações".

17- Noé foi reconhecido como o perfeito justo, e no tempo da cólera tornou-se mediador da reconciliação. 18- Graças a ele sobreviveu um resto na terra, quando houve o dilúvio.

19- Ele foi o depositário das alianças feitas com o mundo. A fim de que ninguém doravante fosse destruído por dilúvio. 20- Abraão foi o grande pai de muitos povos, e ninguém teve fama semelhante à dele. Guardou a lei do Altíssimo, e fez aliança com ele.

OS LEIGOS E FIDELIDADE

Neste capítulo resolveu-se transcrever as definições do que vem a ser um leigo, segundo o Magistério da Igreja Católica. Através destas orientações fica bem claro que tudo o que foi escrito neste livro seguiu à risca a doutrina da Igreja Católica.

ORIENTAÇÕES DADAS PELO MAGISTÉRIO DA IGREJA CATÓLICA

L.6 Leigo

Quem são os leigos da Igreja Católica? Através do Magistério da Igreja são conhecidas e definidas as funções dos leigos.

L.6.1 Apostolado dos leigos

§900 os leigos são encarregados por Deus do apostolado em virtude do Batismo e da Confirmação, eles têm a obrigação e gozam do direito, individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra.

§2442 Cabe aos fiéis leigos "animar as realidades temporais com um zelo cristão e comportar-se como artesãos da paz e da justiça".

L.6.4 Participação dos leigos no múnus profético de Cristo

§905 Este apostolado não consiste apenas no testemunho da vida: o verdadeiro Apóstolo procura as ocasiões para anunciar Cristo pela palavra, seja aos descrentes...seja aos fiéis.

§907 "De acordo com a ciência, a competência e o prestígio de que gozam, têm o direito e, às vezes, até o dever de manifestar aos pastores sagrados a própria opinião sobre o que afeta o bem da Igreja.

§942 Graças à sua missão profética, os leigos "são também chamados a serem testemunhas de Cristo em tudo, no meio da comunidade humana"

L.6.5 Participação dos leigos no múnus régio de Cristo

§910 Os leigos podem também sentir-se chamados ou vir a ser chamados para colaborar com os próprios pastores no serviço da comunidade eclesial, para o crescimento e a vida da mesma, exercendo ministérios bem diversificados, segundo a graça e os carismas que o Senhor quiser depositar neles."

§913 "Assim, todo leigo, em virtude dos dons que lhe foram conferidos, é ao mesmo tempo testemunha e instrumento vivo da própria missão da Igreja pela medida do dom de Cristo" (Ef 4,7)

§943 Graças à sua missão régia, os leigos têm o poder de vencer o império do pecado em si mesmos e no mundo, por sua abnegação e pela santidade de sua vida.

L.6.6 Participação dos leigos no múnus sacerdotal de Cristo

§901 "Os leigos, em virtude de sua consagração a Cristo e da unção do Espírito Santo, recebem a vocação admirável e os meios que permitem ao Espírito produzir neles frutos sempre mais abundantes

§941 Os leigos participam do sacerdócio de Cristo: cada vez mais unidos a ele, desenvolvem a graça do Batismo e da Confirmação em todas as dimensões da vida pessoal, familiar, social e eclesial e realizam, assim, o chamado à santidade, dirigido a todos os batizados.

L.6.7 Significação da palavra leigo

§897 Os fiéis leigos "Sob o nome de leigos entendem-se aqui todos os cristãos, exceto os membros das Sagradas Ordens ou do estado religioso reconhecido na Igreja, isto é, os fiéis que, incorporados a Cristo pelo Batismo, constituídos em Povo de Deus e a seu modo feitos participantes da função sacerdotal, profética e régia de Cristo, exercem, em seu âmbito, a missão de todo o Povo cristão na Igreja e no mundo.

L.6.8 Vocação dos leigos

Os fiéis leigos estio na linha mais avançada da vida da Igreja: graças a eles a Igreja é o princípio vital da sociedade humana. Por isso, especialmente eles devem ter uma consciência sempre mais clara não somente de pertencerem à Igreja, mas de serem Igreja, isto é, a comunidade dos fiéis na terra sob a direção do Chefe comum, o Papa, e dos Bispos em comunhão com ele. Eles são a Igreja.

§900 Uma vez que, como todos os fiéis, os leigos são encarregados por Deus do apostolado em virtude do Batismo e da Confirmação, eles têm a obrigação e gozam do direito, individualmente ou agrupados em associações, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra; esta obrigação é ainda mais presente se levarmos em conta que é somente por meio deles que os homens podem ouvir o Evangelho e conhecer a Cristo. Nas comunidades eclesiais, a ação deles é tão necessária que sem ela o apostolado dos pastores não pode, o mais das vezes, obter seu pleno efeito.

F.9 FIDELIDADE

A palavra fidelidade em religião significa ser honrado e leal aos mandamentos das leis de Deus. Para ser fiel deve-se entender os ensinamentos e pratica-los com Fé.

F.9.1 "Amém" expressão de fidelidade.

§1062 Em hebraico, a palavra "amém" está ligada à mesma raiz da palavra "crer". Esta raiz exprime a solidez, a confiabilidade, a fidelidade. Assim, compreendemos por que o "amém" pode ser dito da fidelidade de Deus para conosco e de nossa confiança nele.

F.9.5 Fidelidade da Igreja

§1117 Os sacramentos da Igreja Graças ao Espírito Santo que a conduz à "verdade plena" (Jo 16,13), a Igreja reconheceu pouco a pouco este tesouro recebido de Jesus e precisou sua "dispensação", tal como o fez com o cânon das Sagradas Escrituras e com a doutrina da fé, qual fiel dispensadora dos mistérios de Deus. Assim, ao longo dos séculos, a Igreja foi discernindo que entre suas celebrações litúrgicas existem sete que são, no sentido próprio da palavra, sacramentos instituídos pelo Senhor.

§1342 Desde o início, a Igreja foi fiel ao mandato do Senhor. Da Igreja de Jerusalém se diz:

Eles eram perseverantes ao ensinamento dos Apóstolos, à comunhão fraterna, à fração do pão e às orações. (...) Dia após dia, unânimes, mostravam-se assíduos no templo e partiam o pão pelas casas, tomando o alimento com alegria e simplicidade de coração (At 2,42.46).

F.9.6 Fidelidade divina

§207 Ao revelar seu nome, Deus, revela ao mesmo tempo sua fidelidade, que é de sempre e para sempre, válida tanto para o passado ("Eu sou o Deus de teus pais", Ex 3,6) como para o futuro ("Eu estarei contigo", Ex 3,12). Deus, que revela seu nome como "Eu sou", revela-se como o Deus que está sempre presente junto a seu povo para salvá-lo.

F.9.7 Fidelidade dos batizados

§2044 Vida moral e testemunho missionário A fidelidade dos batizados é condição primordial para o anúncio do Evangelho e para a missão da Igreja no mundo. Para manifestar diante dos homens sua força de verdade e de irradiação, a mensagem da salvação deve ser autenticada pelo testemunho de vida dos cristãos: "O próprio testemunho da vida cristã e as boas obras feitas em espírito sobrenatural possuem a força de atrair os homens para a fé e para Deus.

CONSTITUIÇÃO DOGMÁTICA 'DEI VERBUM' SOBRE A REVELAÇAO DIVINA (DEI VERBUM = PALAVRA DE DEUS)

A herança da fé confiada à totalidade da igreja.

84. O depósito da fé (49) («depositum fidei»), contido na Tradição sagrada e na Sagrada Escritura, foi confiado pelos Apóstolos ao conjunto da Igreja. «Apoiando-se nele, todo o povo santo persevera unido aos seus pastores na doutrina dos Apóstolos e na comunhão, na fracção do pão e na oração, de tal modo que, na conservação, atuação e profissão da fé transmitida, haja uma especial concordância dos pastores e dos fiéis» (50). 50. II Concílio do Vaticano, Const. dogm. Dei Verbum, 10: AAS 58 (1966) 822.

3-Relação da Tradição e Escritura com a Igreja e o Magistério:

Tradição e Escritura, "... constituem um só sagrado depósito da palavra de Deus confiado à Igreja..." (DV 10). Selando essas duas realidades temos o Sagrado Magistério que encontra nelas sua fonte, mas também age sobre elas com a autoridade que lhe foi conferida pela própria Palavra de Deus. O Magistério, não é superior à Palavra de Deus, e sim está ao seu serviço. Entretanto é o único interprete da mesma Palavra, "... por mandato divino e com a assistência do Espírito Santo...". São realidades interligadas, em cooperação mutua.

RESUMO

Para fazer um fecho do livro seria repetir tudo o que foi escrito porque ao descrever os fatos procurei fazer de forma breve. Não quero que os leitores tenham a falsa impressão que pretendo ser considerado um apóstolo depositário praticante. A minha intenção foi descrever o que vem a ser um verdadeiro apóstolo leigo, aproveitando um acontecimento ocorrido em minha vida. Ao escrever e pesquisar sobre este assunto fui sendo levado a meditações que me conduziram em aperfeiçoar as minhas condutas como católico. "O Santo Concílio, desejando tornar mais intensa a atividade do Povo de Deus, volta-se de maneira solícita aos cristãos leigos, cuja responsabilidade, específica é absolutamente necessária, na missão da Igreja" (Concílio Vaticano II através do Decreto Apostolicam Actuositatem sobre o Apostolado dos leigos- Capítulo IV: Modalidades Diversas do Apostolado-Apostolado Individual). Na segunda parte do livro transcrevemos os ensinamentos da Igreja Católica que norteiam a conduta que os leigos devem tomar como colaboradores dos apóstolos, na divulgação da palavra de Deus. O sagrado depósito da palavra de Deus é confiado à Igreja que está contido no Sagrado Magistério. Os leigos são encarregados por Deus do apostolado em virtude do Batismo e da Confirmação. Eles têm a obrigação e gozam do direito, individualmente ou coletivamente, de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens e por toda a terra. Para terminar quero, modestamente, convidar os leitores que façam parte desta Associação que não tem estatuto e nem mensalidade, chamada de O Apostolado Individual- "brotando da fonte de uma vida verdadeiramente cristã - Um princípio de vida interior, uma fonte - Não é apenas um bem, que é rapidamente esgotada, salte para a vida eterna - que é uma confluência, ou melhor, um oceano de fluxos decorrentes desta fonte" (cf.Jo 4,14).

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

ALEJO SOTO LARA, A Espiritualidade das Congregações Marianas, 2006- Tradução e versão de Alexandre Martins.

ALEXANDRE MARTINS, Congregação Mariana de Homens da Paróquia da Administração Apostólica S. João Maria Vianney, na cidade de Nova Iguaçu (RJ) em 8 de março de 2014.

BENTO XVI, Discurso aos membros da Congregação Mariana Masculina de Regensburg Alemanha. Sábado, 28 de maio de 2011.

BOSSUET JACQUES BÉNIGNE, O Fiel Depositário, Sermão de Bossuert, (O FIEL DEPOSITÁRIO, Sermão de 19 de março de 1657. BOSSUET).

CONCÍLIO VATICANO II- Decreto Apostolicam Actuositatem sobre o Apostolado dos leigos- Capítulo IV: Modalidades Diversas do Apostolado.

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DAS CONGREGAÇÕES MARIANAS DO BRASIL, Sede: Praça Dr. Benedito Meirelles, 13 Apto. 53 B - Centro - Aparecida, SP, CEP: 12570-000 Tel.: (31) 3786-7004.

CONGREGAÇÕES MARIANAS DO BRASIL, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil -Regra da Vida (Código de Direito Canônico, c.312 §1° n 2 e c.314).

CONSTITUIÇÃO APOSTÓLICA "BIS SAECULARI DIE", PIO XII, Manual das Congregações Marianas,1954.

HILARINO FELFER, "Os Ideaes de São Francisco de Assis", 1928.

JOÃO PAULO II, Exortação apostólica do Sumo Pontífice - Sobre a figura e missão de São José na vida de Cristo e da Igreja.

MAGISTÉRIO DA IGREJA CATÓLICA. Constituição Apostólica FIDEI DEPOSITUM JOÃO PAULO II, Bispo de Roma. Catecismo da Igreja Católica.